10 janeiro 2003

VITAMEDIAS
O Provedor do Leitor visto pelos jornalistas por Joaquim Fidalgo
[de Abril 2002 mas só agora descoberto...]:
Metodologia: O estudo baseou-se num inquérito dirigido à totalidade dos jornalistas a tempo inteiro dos três jornais portugueses de informação geral que na altura (Junho/Julho de 2001) dispunham de Provedor do Leitor: "Público", "Diário de Notícias" e "Jornal de Notícias" [...]
De um total de 457 inquéritos enviados, foram recebidas 252 respostas - das quais 2 (duas) foram invalidadas [...]
Em conclusão (e independentemente do posterior aprofundamento da análise dos dados agora recolhidos, cujo tratamento ainda prossegue), poderíamos salientar os seguintes pontos:
• A clara maioria dos jornalistas que trabalham em jornais com um Provedor do Leitor não só concorda com a sua existência, como reconhece uma grande utilidade e uma razoável eficácia ao papel desempenhado por essa figura auto-reguladora.
• A maior utilidade do Provedor parece residir na maior abertura e transparência do jornal face aos seus leitores, mas quase no mesmo plano é referida a sua importância para o interior da própria Redacção.
• Mesmo que nem sempre sejam traduzidas em alterações concretas no jornal, a utilidade e eficácia do Provedor no que diz respeito a estimular o debate interno, a favorecer a capacidade auto-crítica e a recordar os princípios éticos norteadores da profissão, parecem ser relevantes para a grande maioria dos jornalistas.
• As sensibilidades relativamente à figura, às características e ao papel do Provedor do Leitor variam um pouco conforme os jornais, confirmando a ideia de que a sua definição e o seu trabalho concreto são também função da cultura específica das organizações em que se inserem.
• Do mesmo modo, notam-se algumas diferenças de sensibilidade conforme a idade, o tempo de experiência e a categoria profissional dos jornalistas inquiridos, parecendo haver uma maior distância dos mais jovens face à figura (ou à actuação concreta) do Provedor do Leitor.