12 novembro 2007

Internet e Jornalismo

No seu último texto (sobre a avaliação dos textos online apenas com um sim), o provedor do Público "considera que aquilo que está causa não é a possibilidade de os leitores responderem “sim” e “não”, mas a existência do próprio inquérito.
A pergunta “Achou este artigo interessante” é perversa no plano do jornalismo, porquanto os jornais podem optar por dar aos cidadãos aquilo que eles querem. A informação passaria a ser mais uma mercadoria, deixaria de ser um serviço. Nas sociedades democráticas, o “interesse do público” não pode substituir-se ao “interesse público”.
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O comentário provoca, pelo menos, duas observações:
1) com ou sem pergunta, os jornais já podem dar aquilo que os cidadãos querem pela análise das audiências online, das páginas e notícias mais vistas. O ter uma resposta qualitativa não aumenta essa possibilidade (que pode ser perversa. sem dúvida);
2) porque é que o "interesse do público" não pode ser entendido pelos jornalistas como "interesse público"?
Se um jornal detecta que notícias sobre ciência ou tecnologia, por exemplo, são bastante lidas pelos seus leitores, não pode ou deve aumentar as notícias dessas secções? Porque serão os directores ou os jornalistas apenas a definir e gerir o que é o tal "interesse público"?