06 janeiro 2008

Jornalismo urbano

Manuel Pinto tem toda a razão sobre "algum jornalismo dos último dias, sobretudo radiofónico, que manifesta grande contentamento com a perspectiva do fim da chuva e do regresso ao “bom tempo”. Mas o que significa “bom tempo”, quando há populações que, em Janeiro, têm a água aos níveis de Julho ou Agosto ou mesmo pior?"

Até porque "Nâo é apenas o interesse de uma minoria de agricultores ou de horticultores que está em causa, interesse que deve também, naturalmente, ser considerado. É o interesse geral. Porque se não chover a sério, vamos ter o mesmo jornalismo a deitar as mãos à cabeça, quando, nos meses mais secos, as reservas de água não existirem".

É o problema do jornalismo urbano (mais Lisboa do que Porto, acho) de quem não tem essas preocupações em mente. Presumo, porque se as tem, esquece-as.

Veja-se um outro exemplo televisivo: quando se noticia em directo que "lavra" um fogo em Portalegre, Coimbra, Tomar, Braga ou noutra cidade qualquer sem indicar os lugarejos onde o fogo está a alastrar, o jornalista ignorante não percebe que isso não é informação útil para quem está longe do local mas ali tem casa, o lar dos pais ou terrenos ou algo. Serve apenas como elemento de perturbação.

E é tão simples de resolver: um mapa decente sobre a zona ou a indicação verbal dos locais é suficiente para evitar isto. E garantir que se está a informar decentemente.