07 fevereiro 2013

O que fazia Franquelim Alves em 1970? E quando foi do "saudoso MRPP"?

No currículo oficial: Iniciou a sua carreira, em 1970, como auditor e consultor da empresa internacional Ernst & Young

No Tomar na Rede: Economista de profissão, Franquelim Alves iniciou a sua atividade profissional em 1970 nas Fábricas Mendes Godinho em Tomar. [Um seu currículo também diz o mesmo]

Em Franquelim – O vendedor de passados: enquanto eu próprio e mais uma catrefada de colegas andávamos a batalhar para acabar o curso na velha Escola Industrial e Comercial de Tomar, no ano lectivo de 70/71, o fantástico Franquelim, com menos dois anos de idade do que eu, mas aluno da mesma escola e ao mesmo tempo (sim, confesso... o homem andou comigo na escola!!!)... já trabalhava, aos 16 anos, como consultor na internacional e famosa Ernst & Young (que, então, nem sequer existia por cá!). Quem poderia imaginar, nessa altura, que éramos colegas de um tal génio!!!

Em "Três secretários de Estado são de Tomar": António Lourenço dos Santos, empossado na mesma altura que Miguel Relvas com o cargo de secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e Franquelim Alves, que ocupa o cargo de secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia desde o dia 8 deste mês, quando Durão Barroso decidiu dar uns “retoques” no seu staff governamental, completam o leque dos “delfins” de Tomar que têm assento nas cadeiras do poder.

Nascido na localidade de Linhaceira há 49 anos, Franquelim Alves cedo revelou uma tendência natural para os números, culminada com a licenciatura em Economia e um MBA em Finanças. Com muito sacrifício e grande tenacidade. Ia a pé para a escola, em Tomar, para conseguir acabar o então sétimo ano. Desde cedo que a sua vida começou a ser feita em Lisboa mas nunca deixou de vir à sua terra. Simples, discreto e humilde, o novo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia nunca esqueceu as suas raízes provincianas. Adora o campo, não tem pudor em pôr as mãos na terra e detesta que o tratem por doutor. Comprou recentemente casa na elitista Quinta da Marinha mas não se coíbe de levar amigos “importantes” à modesta casa onde nasceu.

“Quando está aqui é Franquelim para toda a gente”, diz a mãe, Clarisse, orgulhosa do cargo que o filho agora ocupa. Quase todos os fins-de-semana Franquelim Alves visita os pais e revê os amigos. Gosta das festas da família, dos petiscos e do bom humor. Ninguém lhe tira a bica e muito menos os jornais do dia. “É viciado em leitura, não há dia que aqui esteja que não tenha que ir comprar jornais”, diz a progenitora. Clarisse Garcia Alves diz estar “orgulhosa” da educação que deu ao seu filho, o mais velho de três e o que conseguiu subir mais na vida. Quando ele lhe telefonou a dar a notícia, tinha ela acabado de dar uma queda e estava para ser transportada ao hospital. Ironias do destino. “Foi tudo um bocado a correr, nem o consegui ver na televisão”, diz com a lágrima ao canto do olho. (...)

Durão Barroso convidou Franquelim Alves pela competência demonstrada desde sempre no sector financeiro, onde se sente como peixe na água. Mas não deve ter esquecido também que, em tempos, ambos chegaram a pertencer ao mesmo partido, o saudoso MRPP...