12 novembro 2014

E ESTA taxa?

Andam muitos preocupados com as taxas turísticas (e não só) de António Costa, que responde sobre as migalhas. O homem quer "criar um Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa que deverá gerir integralmente as verbas resultantes de uma taxa turística de um euro sobre as dormidas de turistas na capital e chegadas ao aeroporto e ao porto de Lisboa".

O que admira é ninguém questionar este tipo de taxas noutros países e com impactos económicos mais significativos, em termos internos.

Por exemplo, e ao abrigo do Visa Waiver Program como português e se quiser viajar para os Estados Unidos - e mesmo antes de saber se sou aceite naquele país - tenho de me "candidatar" ao Electronic System for Travel Authorization (ESTA) e pagar um "administrative fee" de 14 dólares, mesmo que este "does not guarantee that you are admissible to the United States. Upon arrival in the United States you will be inspected by a Customs and Border Protection officer at a port of entry who may determine that you are inadmissible under the Visa Waiver Program or for any reason under United States law."

A taxa tem de ser paga por cartão de crédito. Quais? "The ESTA system currently accepts only the following credit cards: MasterCard, VISA, American Express, and Discover (JCB, Diners Club)". Ah, e no ESTA, "Your application will not be submitted for processing until all payment information is received".

É delicioso como esta gente sabe ganhar e dar a ganhar dinheiro ao país.

Sabem quantas pessoas entraram nos EUA no ano passado? "69.8 million: Number of international arrivals in the U.S. in 2013, including 32 million from overseas markets". Claro que nem todos destes 32 milhões pagam o ESTA mas não deve deixar de ser uma soma interessante...

Por cá, discute-se um euro na dormida ou nas chegadas. Vamos assim dar cabo do turismo. Ter os campos de golfe e as praias desertas. Perder arrumadores de carros. Restaurantes vazios (o IVA a 23% não tem qualquer culpa, não mudem de conversa...). Será um mundo muito diferente, sem aquele eurito do turista. Não será, claro.