19 julho 2009

A acareação de Hamburgo 4/5

Yes, News Sites Are Facing A Crisis, But Aggregators Aren’t The Problem

Os grupos de media querem a partilha de remuneração pelos acessos através do Google News mas não querem ser desindexados dos motores de busca via REP. É legítimo.

A resposta do Google é “usem o REP, saiam dos motores de busca, nós damo-vos tráfego e só têm de aceitar a nossa posição”.

Os media provavelmente nem desejam sair das News mas não querem que a Google fique sózinha com o negócio. Posição destrutiva? Talvez, porque a Google pode ver que dificilmente ali terá um gerador de receitas e se desinteresse do modelo. Por enquanto, espera para ver, sem arriscar um confronto directo com os media.

Por isso, um site com conteúdos de “mais de 25 mil organizações noticiosas”, gerador de “mil milhões de visitas”, não tem publicidade. Isto quando até o próprio Blogger já a tem internamente...

Uma outra vertente pouco discutida é a posição da Google e dos media sobre os conteúdos de arquivo.

É tentador tê-los indexados numa porta de entrada global como o Google mas por onde se fará o acesso ao conteúdo integral?

Se for no motor de pesquisa, a Google - que criou todo o sistema - paga pelos acessos externos aos textos. É o que os media querem para as News. Mas é possível delimitar uma janela temporal após a qual o título desses conteúdos está no motor de busca mas o conteúdo está acessível no arquivo digital do jornal. Se o utilizador o quiser, paga ao jornal – e a Google não recebe nada?

Neste impasse, a posição dos media é de arrogância impotente e a da Google é de impotência estratégica. Os media detém os conteúdos mas não sabem como triunfar online (principalmente sem os motores de busca...); o Google sabe mas não o pode fazer com os conteúdos de outrém. Falta uma terceira via que não será fácil de atingir.

No referido artigo “Put up or shut up”, a posição dos media é descrita de forma clara: “If all of the newspapers in America did not allow Google to steal their content, how profitable would Google be?

É assim que, em plena crise, os editores olham sofregamente para uma empresa com receitas “acima do esperado pelos analistas”. “De outra maneira, não há jornalismo profissional independente, porque eu para ter jornalistas tenho de lhes pagar os salários e para lhes pagar os salários tenho que vender conteúdos”, argumenta Pinto Balsemão. “Fazer informação não é barato, se se degrada numa oferta sem controlo, os próprios grupos perdem aí um suporte que lhes permita ter, progressivamente, maior qualidade”, refere João Aguiar, presidente do Grupo Renascença.

Realmente, “newspaper and magazine publishers have to be the first industry in history that’s rebelled against another business sending them customers”.