25 novembro 2002

VITAMEDIAS
Crise, preguiça e descaso com o leitor: O maior risco do jornalismo declaratório é o de tornar os jornais intragáveis. E eles se tornaram, sim. E o de estimular a preguiça dos jornalistas. E os jornalistas se tornaram preguiçosos, sim. Essa é uma das razões que explicam a decadência dos jornais. Os leitores querem ser surpreendidos com a publicação de histórias que desconhecem. Com a explicação de fatos que não entenderam direito. E com a antecipação de notícias que ainda estão sendo paridas. Os jornalistas sabem disso. Os donos de jornais também. Mas pouco fazem para atender a essa justa demanda dos leitores. [...]
Os jornais já apelaram para toda sorte de truques com o objetivo de vender mais exemplares. Todos os truques se esgotam rapidamente porque tudo o que os leitores desejam é um jornalismo de qualidade. E independente acima de tudo. Os jornais apostam pouco na qualidade. Falta-lhes também imaginação, ousadia, atrevimento, coragem para quebrar paradigmas. E quando se vêem apertados financeiramente, cortam páginas, mandam jornalistas embora, empobrecem o conteúdo, aumentam o preço do exemplar – e querem mesmo assim vender mais.