A Carta aberta ao Procurador Geral da República pelo Bastonário da Ordem dos Advogados e os media:
O que desejava dizer-lhe pessoalmente, está dito e, sendo nós os dois como somos, só a nós interessará. E do que dissemos nada transpirou para os jornais ... por muito que alguns ?media? tenham colorido a pouco discreta divulgação (contra a sua vontade) da carta privada que me enviou, com textos que lhe são atribuídos e não estão na carta que recebi! Já chegámos a isto : é-lhe atribuído, em discurso directo e entre aspas, o que não escreveu! [...]
2. Em momento algum pensei e ainda menos exigi, solicitei, pedi ou por qualquer outra forma pretendi que o Dr. José Souto Moura deixasse a curto prazo ou após qualquer prazo, sujeito a condição ou a termo, de ser o PGR. Não o fiz, designadamente, na citada entrevista dada à RTP2. Afirmei ? retoricamente ? e cito da ?Sic Online?, ?o Senhor Procurador-Geral tem de pôr termo a isto (violações constantes e impunes do segredo de justiça) ou então alguém tem de pôr termo ao procurador. É tão simples como isto?.
3. É verdade que o disse. Mas também, logo a seguir, e por ter sido perguntado se isso significava que estava a pedir o afastamento do PGR, e volto a citar a ?Sic Online?, ?o bastonário da Ordem dos Advogados reiterou, no entanto, a confiança no procurador-geral da República, que qualificou de ?homem sério, determinado, com boa formação moral e que deve estar enjoado com o que se está a passar? .? O facto de nenhum outro órgão de comunicação ter sentido utilidade em reproduzir a segunda parte da sentença não pode significar que seja irrelevante. Nós os Juristas sempre soubemos dos cortes cirúrgicos nas escutas; sabemos agora de cortes cirúrgicos nas entrevistas.