Isto é ético? Maria da Graça Carvalho também foi agraciada pelo Ministério que dirige: A ministra Maria da Graça Carvalho faz parte do grupo de 73 cientistas distinguidos pela publicação de mais de cem artigos científicos no âmbito do prgrama «Estímulo à Excelência» anunciado pelo Ministério que é agora o da Ciência, Inovação e Ensino Superior (MCIES). Fernando Ramôa Ribeiro, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) também recebeu o prémio. [mas não consta da lista oficial divulgada pelo ministério]
Cinco mil euros em dois anos é o pémio atribuído pelo Ministério a quem tiver publicado mais de cem artigos científicos. No limite, cada artigo corresponde a 50 euros. O valor do prémio destina-se a apoiar actividades de investigação e de divulgação científica nas unidades onde trabalham os contemplados.
[actualização a partir dos comentários:
1) Lúcia Cavaleiro demonstra profissionalismo pela rapidez na resposta a um blogue, como realçou jpmeneses. Parabéns. Mas fico com uma dúvida sobre a sua assinatura "Assessora de Imprensa do Gabinete do Secretário de Estado da Ciência e Inovação": não é suposto só existirem assessores de imprensa nos gabinetes de ministro ou os secretários de Estado também já os podem ter?
2) sobre os factos respondidos, tenho outra dúvida: se, como diz, a ministra "faz parte do grupo de investigadores que cumprem os requisitos mínimos exigidos para a atribuição do Prémio" e "tê-lo-ía recebido se a ele se tivesse candidatado, o que não aconteceu", como e porquê surgiu o seu nome na lista? Não se candidatou ou retirou agora a sua candidatura?
3) Aliás, não se percebe esse recuo quando se mantém o nome de Ramôa Ribeiro, actual presidente da FCT. Ambos foram investigadores - não é o seu mérito científico que está em causa - mas ocupam agora cargos políticos. A questão mantém-se: é ético premiar investigadores que ocupam agora esse tipo de cargos? E se não há problemas éticos, porque foi retirado o nome da ministra e se manteve o do presidente da FCT? Porque um se candidatou e outro não?
4) Como explica o que diz António Granado quando "num almoço no dia 24 de Novembro, foi dito aos jornalistas presentes que o nome do Prof. Fernando Ramôa Ribeiro, assim como o da ministra da Ciência, tinha sido erradamente incluído na lista distribuída nesse dia pelo Ministério".
Afinal, nenhum se candidatou ou ambos foram "erradamente" colocados na lista? Ou só um(a) se (auto)excluiu?
5) A resposta à questão anterior foi a dada hoje ao Ciência Hoje (CH) de que "a ministra tinha mandado excluir o seu nome quando reparou que ele fazia parte da lista oficial dos cientistas distinguidos por terem publicado mais de cem artigos"? Só hoje, ao fim de duas semanas, é que a ministra reparou?
(correcção ao CH: o ContraFactos só notou que o nome de Ramôa Ribeiro não constava da lista oficial, não o de Graça Carvalho.)]
