Retrato da influência económica e política do GES em Portugal: Nas últimas eleições, não passou despercebido o facto de os dois porta-vozes para a economia do PS e do PSD trabalharem no GES: do lado socialista, estava o actual ministro da Economia, Manuel Pinho, enquanto Durão Barroso tinha o ex-secretário de Estado do Orçamento do PSD, Miguel Frasquilho. Ambos integravam os quadros do BES, o primeiro como administrador e o segundo como economista-chefe do banco. E Anacoreta Correia e Abel Pinheiro, do Grão-Pará, ambos do PP, são tidos como próximos do GES.
Por sua vez, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, é um homem do círculo da família Espírito Santo (primo de Ricardo Salgado) e surge frequentemente a colaborar com o grupo. Freitas foi o presidente da Petrocontrol, a holding que detinha a posição do GES na Galp, e que viria a ser vendida aos italianos da ENI e à espanhola Iberdrola em 1999, por sugestão do ex-ministro Pina Moura (nomeado mais tarde pela Iberdrola para representar os seus interesses em Portugal). Pina Moura teria na época uma actuação polémica ao conceder aos accionistas da Petrocontrol isenções nas mais-valias recebidas pela venda da Petrocontrol. Próximo do BES está igualmente Moura Santos, cunhado de António Guterres e próximo de Pina Moura, um intermediário da área energética com interesses em Espanha.
Outro nome associado ao BES é o de António Mexia, o ex-ministro das Obras Públicas e Comunicações de Santana Lopes, e ex-administrador do banco de investimento do BES. A nomeação de Mexia, por Pina Moura, para presidente da comissão executiva da Galp, depois de o GES ter abandonado a empresa, foi controversa. Na altura, a escolha foi tida como uma cedência ao GES, que apesar de ter abandonado a petrolífera mantinha um pé dentro dela. Outro nome associado ao grupo é o do ex-primeiro-ministro, Durão Barroso. Foi conselheiro para área internacional do BES durante os anos em que esteve na Universidade de Georgetown, em Washington.