27 novembro 2006

ECOPOL

O governo ou o caos: Não se riam. Este mesmo fim-de-semana, o senhor ministro das Finanças, numa reunião de militantes socialistas, deu o tom geral do ambiente quem protesta contra as medidas do governo, quem põe em causa qualquer das suas políticas, quem duvida (seja do défice, seja das iniciativas de combate ao défice), não é adversário do governo, do partido ou do ministro - é inimigo (reparem bem!) "dos portugueses". Dir-me-ão que o senhor ministro das Finanças estava entre os seus, e que a conversa para a rapaziada seu do partido tem de ser assim mesmo. Não: era uma mensagem clara para os microfones das rádios e para as câmaras de televisão, para todos nós.
À força de tanta unanimidade, com a colaboração ingénua do senhor presidente da República, os operacionais do governo acabarão por identificar "os portugueses" com "o governo". Tenham cuidado.

O Estado Novo
: De facto, os condicionamentos geopolíticos impediam o livre desenvolvimento da semente corporativa do salazarismo, que foi condenado a murchar doutrinariamente. Sucedeu uma espécie de desertificação da sociedade civil, onde funcionava o temor reverencial. Contrariamente ao quem não por mim é contra mim dos totalitarismos, este modelo autoritário preferia o quem não é contra mim, é a meu favor, que, através de subtis processos de condicionamento psicológico gerou o menos policiesco de todos os aparelhos ditatoriais.