...este, este que ainda "aguarda despacho":
Um ano de Sol: Saraiva bem pode fazer um balanço muito positivo do primeiro ano do semanário, mas tenho para mim que este Sol está longe de ser o que prometeu.
Um ano depois; do SOL, a sombra? O SOL tem futuro? Penso que sim, se se afirmar como um jornal de notícias, de investigação e de exclusivos; é pouco? É muito!
Expresso ofusca o Sol? O Expresso recomeça este sábado a dar (quatro) DVD. Fê-lo quando o Sol surgiu e volta a repetir aquele que é - imagino - um investimento pesado. Porquê agora?
Algumas respostas de "O arquitecto que criou o Sol" (via):
Como observa as saídas profissionais existentes para jornalistas recém-formados perante um mercado cada vez mais limitado?
Vejo com preocupação. O jornalismo tem vindo a seguir nos últimos anos o caminho de uma certa despersonalização. Há muitos consultores nesta área, a informação que se faz é muito igual, a criatividade e autonomia das redacções diminuiu, muito por causa da integração dos jornais em grandes grupos económicos.
Felizmente que o “Sol” é uma “ilha” a vários títulos, mesmo em termos salariais e na forma como integramos os mais jovens. Devem sentir-se uns privilegiados.
As redacções jovens são necessariamente desprovidas de memória dos factos e podem ser mais facilmente domesticáveis?
De uma forma geral é capaz de ser verdade. E essa realidade acentua-se à medida que os postos de trabalho no sector se vão reduzindo. Os que conseguiram o seu lugar são mais passíveis de serem domesticados, por terem medo de cair no desemprego. Os jornalistas são hoje muito mais pressionáveis e pressionados do que eram há 10 ou 20 anos. A redacção do “Expresso” era verdadeiramente indomável quando eu lá cheguei e actualmente os corpos redactoriais são muito mais dóceis.
Vicente Jorge Silva falava em «geração rasca» para caracterizar certos estudantes e, mais recentemente, o ministro Santos Silva apelidou de “sarjeta” certos tipos de jornalismo. Tem havido manifestações de ambos no universo mediático?
O jornalismo mudou muito nas últimas duas décadas. Nessa altura, porventura de modo excessivo, estes profissionais sentiam-se um pouco os educadores do povo. Hoje predominam nos jornais preocupações de natureza negocial: vendas, lucros e gerar dinheiro. É preciso atingir esse objectivo, não importa como. Sobrevivendo, seja à custa do sensacionalismo, seja adoptando uma lógica rasca.