08 janeiro 2009

Enredos de nova geração


Tão amigos que são, os da nova geração... O protocolo não teve de facto grande importância, se não o de sinalizar o início do processo, fazendo com que quatro concorrentes apertassem as mãos direitas enquanto as esquerdas faziam figas atrás das costas. Se três dessas empresas são cotadas e não emitiram junto da CMVM qualquer facto relevante, está tudo dito: não há facto relevante...

Esta irrelevância, não das redes de amanhã mas do protocolo de ontem, torna ainda mais surpreendente a ausência de última hora da Vodafone, que o Governo provavelmente entenderá como uma afronta. Seja ou não verdade que foi a casa-mãe inglesa que cancelou os projectos da filial portuguesa, isso será usado contra António Carrapatoso, numa reedição do discurso dos centros de decisão nacional: quando o País precisa, as empresas portuguesas investem, as estrangeiras não.


A irrelevância é tanto maior quanto o objectivo era ter uma única rede nacional e não andar a plantar e multiplicar fibra óptica pelo país. Nada mudou, excepto o facto de "Os Operadores de Comunicações comprometem-se, por seu turno, a antecipar para 2009 a afectação de recursos que permitam a ligação de uma rede de fibra óptica a 1,5 milhão de utilizadores". Ou seja, as empresas avançam com investimentos para este ano, algo que já pensavam fazer.
Mas como é que se vai medir a ligação a 1,5 milhões de utilizadores no fim do ano? Se fosse a lares, empresas, organismos, qualquer coisa mensurável, tudo bem - mas um número tão certinho de 1,5 milhões de utilizadores?

[act.: a PT fala em "cerca de 1,5 milhões de lares"...]