Os últimos dias foram preocupantes para os detentores de smartphones, ao sucederem-se notícias de que estes aparelhos tinham um registo “escondido” com dados pessoais dos utilizadores, como a sua localização, transmitidos para os fabricantes ou operadoras de telecomunicações.
O registo em questão é o que permite aos smartphones serem usados com aplicações de geolocalização. Para isso, têm de registar dados de GPS ou de antenas das operadoras, as mais próximas de onde o dispositivo se encontra.
Mesmo que o utilizador desligue esta funcionalidade, o dispositivo continua a registar esses dados mas não os deve partilhar com aplicações como o Foursquare.
No entanto, existe software específico para ler esses dados (como o iPhone Location Tracker) que garante acesso aos mesmos, da mesma forma que pode ocorrer – segundo os críticos – pela Apple ou Google [ou Microsoft]. O número dos últimos registos é pequeno no Android (apenas 50) mas cresce para 13 mil entradas no iPhone.
O problema não é novo. Há meses, o Wall Street Journal testou uma centena de aplicações e detectou que 47 enviavam a localização do telemóvel para empresas, sem autorização do proprietário. Nessa altura, era referido que o iPhone o fazia mais do que os Android. Porém, como dizia Michael Becker, da Mobile Marketing Association, “no mundo móvel não há anonimato”.
Exemplo disso é o CelleBrite UFED, aparelho usado pelas autoridades do Michigan (EUA) para “extrair informação de mais de 3000 modelos de telemóveis” em menos de dois minutos, como “dados existentes, escondidos e apagados, incluindo histórico de chamadas, SMS, contactos, imagens e identificadores de localização”, revelou o theNewspaper.com.
(publicado no DN a 23.4.2011)