De acordo com os dados da Direcção-Geral do Orçamento, as despesas de pessoal na administração directa, institutos públicos, regional, local e segurança social representarão no final deste ano 15 mil milhões de euros, menos 14% do que em 2011. Enquanto isso, as aquisições de bens e serviços – viagens, telecomunicações, serviços de segurança, etc – atingirão os 22 mil milhões de euros, ou seja, mais 14% do que em 2011. E aqui não incluo os dados da Saúde porque é dirigida por um ministro que conhece muito bem a administração pública e tem os gastos efectivamente controlados. [...]
O Estado devia perceber que é urgente montar um sistema de regulação e controlo de gestão pública. Enquanto não perceber isso não controla o défice. Mas o Governo prefere cortar nas pensões, reduzir o subsídio de desemprego ou os salários. Os salários da função pública não chegam a 12% do PIB, quando a verba para aquisições e investimentos, ou seja, contratos com terceiros, ronda os 17%. Para reduzir a despesa pública, o Governo não deve ter a obsessão em reduzir os salários da função pública! A prioridade é controlar estas várias administrações públicas (indirecta, regional, etc).
(O problema do Governo é não conhecer a função pública)