Oscar Mascarenhas, provedor do leitor no Diário de Notícias (DN), atira-se e bem a como "A ciência deveria ser um espaço de diálogo e não de luta fanática".
Explica como "o bom costume do
rigor nos factos e na escrita foi-se dissolvendo nos ácidos do
economicismo, da falta de brio, no "bacalhau basta". Hoje é uma lástima.
E uma fonte inquinada dá um rio insalubre."
Explica que "É a nova regra do jornalismo do "ou isso!", quando alguém lhes chama a atenção".
E neste debate dá mesmo um exemplo de um texto do DN - sem o citar. O texto é este ("Uma galáxia quase tão antiga como o universo") e é um (quase) plágio deste "Una galaxia casi tan antigua como el Universo", mas tal não é revelado na crónica do provedor.
Curioso é que Oscar Mascarenhas receita o que não faz, ao aceitar como prova e testemunho o que um seu "amigo" lhe escreveu há ano e meio atrás.
Quando o DN publicou aquele texto a 15 de Junho de 2012, já existia pelo menos um desmentido, da semana anterior, a 7 de Junho - basta ler "Astronomers Identify Very Distant (But Not the Most Distant) Galaxy": "It’s a very impressive piece of work, but it’s too bad that it was
accompanied by a misleading press release proclaiming SXDF-NB1006-2 “the most distant galaxy ever found.” The researchers make no such claim in their study, and in recent years astronomers have located dozens and dozens of galaxies at redshifts of approximately 8 and one probable galaxy at a redshift of about 10,
corresponding to a time 500 million years after the big bang. Those
exceedingly faint objects have not generally been followed up with
spectral observations, in the way that Shibuya and his team have done,
limiting the precision of the cosmic distance estimates. But there is at
least one galaxy more distant than SXDF-NB1006-2 that received spectral
follow-up. In a 2010 study, astronomers found a spectral line, albeit a
faint one, that placed a galaxy at a redshift of 8.55,
using the Hubble Space Telescope and the European Southern
Observatory’s Very Large Telescope in Chile. That object, UDFy-38135539,
existed just 600 million years after the big bang".
Realmente, "Se os jornalistas
compreenderem como isto é complexo, não ficam habilitados a escrever
sobre ciência: ficam prevenidos no sentido de nunca escreverem sem
consultar um especialista reconhecido, que possa explicar em linguagem
simples o que há para dizer ao leitor. E voltar a telefonar-lhe a
conferir o texto escrito, antes de ser publicado, para ver se escapou
algum erro, que não caem por isso na lama os parentes do jornalista,
antes pelo contrário. Não há tempo para isso? Exijam-no! Não associem o
vosso nome - o vosso bem mais precioso como profissionais - a uma
calinada". Ou isso...