Portanto, foi assim:
- antes do jogo começar, adeptos do Benfica são descobertos numa rotunda perto de uns cafés em Guimaráes e a PSP "corre" com eles para o estádio;
- o jogo Guimarães-Benfica termina com um empate e adeptos do Benfica, obrigados a ficar no estádio (são as regras, mas o tempo de permanência é diferente), escavacam um bar e casas de banho - sem que a PSP intervenha;
- o Belenenses ganha o campeonato (para o Benfica), sem qualquer intervenção policial em Belém;
- mas, em Alvalade, e aparentemente sem qualquer ligação com os eventos anteriores e posteriores, a PSP dispara balas de borracha contra adeptos;
- no exterior do estádio de Guimarães, após 30 ou 40 minutos encerrados nas "jaulas", um pai sai e está a dar água ao filho, com o irmão mais velho e o avô. Um PSP carrega perante o perigo iminente, enquanto um outro polícia ajuda a imobilizar a "ameaça", e vários afastam os curiosos. Um terceiro - o único inteligente por parâmetros que podem ser analisados cientificamente -, protege a criança afastada do pai, sendo depois acompanhado por outros;
- a equipa do Benfica mal consegue chegar ao aeroporto no Porto, local onde a PSP deixa inúmeros apoiantes colocarem-se à frente do autocarro;
- desde o término do jogo em Guimarães, a PSP deixa acumular centenas, milhares (ou mesmo seis milhões) de adeptos no Marquês de Pombal, em Lisboa, sabendo da comemoração da bi-vitória;
- sem controlo de nada, após o início dos festejos com a chegada da equipa e treinador e dirigentes, a PSP diz começar a ser atingida por garrafas horas depois e resolve atordoar quem está à sua frente. Nem todos dos visados aparentam ser inocentes - pelas imagens da televisão - mas alguns parecem sê-lo, tanto que dizem ir apresentar queixa contra as forças policiais;
- segundo o SINAPOL, "o Assunto já está entregue à justiça, quer disciplinar interna da PSP, quer dos tribunais, que agora estão encarregues de fazer cumprir a lei, pelo que tal como quando os bandidos agridem e matam polícias, o SINAPOL nunca pressionou a justiça, neste caso também não o fará", apesar de "lamentar toda esta situação, salientando sempre "...um acto isolado não pode ser usado para pôr em causa o todo...", aliás isso é visto pela pronta atuação de um elemento policial na salvaguarda do superior interesse das crianças que se viram envolvidas naquele incidente lamentável".
- a defesa do [colocar aqui a denominação pretendida] que atacou o pai diz que este lhe cuspiu e rasgou o uniforma. Alguém que tenha visto as imagens - a sequência que não é editada pela CMTV - acredita nisso?
Eu só tenho quatro questões sobre isto tudo:
1) a PSP - e cada um dos elementos presentes - não é paga, nestes eventos, para evitar problemas?
2) perante a "pronta atuação de um elemento policial na salvaguarda do superior interesse das crianças" - um polícia para duas crianças que fogem em direcções diferentes?!?!, diz o sindicato dos polícias -, não há uma palavra para o pai preso e para o avô agredido no "incidente lamentável"?
3) onde páram os vídeos dos drones das televisões - que passaram todo o tempo a gabar-se deles -, para ver as movimentações e ataques da ou à PSP, no Marquês de Pombal?
4) após anos de sensibilização para o futebol como desporto sem problemas, vão os clubes continuar a pagar à ineficaz PSP ou a optar por empresas de segurança privada?
Tristes respostas e escolhas - mas é nos detalhes que está o diabo...