Culturas, economia e política, tecnologia e impactos sociais, media, contaminantes sociais, coisas estranhas... Cultures, economy and politics, technology and social impacts, media, social contamination, weird stuff...
30 abril 2016
Não percebo nada desta história de Botton/Eurobarcelona no Expresso/Observador
Cronologia:
Dezembro de 2004 - Eurobarcelona é criada por Filipe de Botton, Alexandre Relvas e Carlos Monteiro.
21 de Novembro de 2007 - Eurobarcelona comprada pelo GES, com parcela de 90% através da Heydell Real Estates SA, representada por José Carlos Castella (controlador financeiro do GES). Restantes 10% comprados por Caetano Beirão da Veiga.
"Filipe Maurício de Botton tinha 1670 euros dos 5000 euros com que fora constituída a Eurobarcelona. E em 2007 vendeu uma quota de 500 euros a Caetano Espírito Santo Beirão da Veiga e outra quota de 1170 euros à Heydell Real Estates, SA, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens" (mas com endereço de correspondência na Mossack Fonseca).
Final de 2007 - Botton, Relvas e Monteiro deixam de ter participações na Eurobarcelona.
2009 - Heydell fica com totalidade da Eurobarcelona (compra a Beirão da Veiga, que diz "não se recordar dessa empresa").
30 de Abril de 2016 - Filipe de Botton negou ao Observador ter feito o negócio com a offshore do GES e Expresso divulgou certidão na Mossack Fonseca sobre a Eurobarcelona.
Botton explicou que a Eurobarcelona pretendia um prédio da Fundação Sardinha mas "foi nessa altura [2004? 2007?] "que surgiu a Espart, que se mostrou interessada e conseguiu adquirir o imóvel à Fundação Sardinha”. (Pesquisar pela Espart dá num redireccionamento para a Espírito Santo Property).
O que é estranho é que a 20 de Março de 2009, num outro registo legal (ver imagem acima) - e que não é citado pelos jornais ou TVI mas foi registado por uma advogada com endereço de email a terminar em @espart.pt) -, revela-se que Beirão da Veiga renuncia à gerência, sendo nomeado "gerente único" Carlos Monteiro.
Em paralelo, e não procurando muito, Beirão da Veiga e Carlos Monteiro tiveram negócios em conjunto e/ou em paralelo, quer na Fundinvest como na Invesfundo V - ambos geridos pela Gesfimo (grupo Espírito Santo).
E o Expresso "atira-se" aos financiadores do Observador Botton e Relvas, de forma tão frágil, e "esquece" os outros do grupo Espírito Santo? A sério, não percebo.
[actualização, da TVI: "das investigações por nós realizadas, Filipe de Botton e Alexandre Relvas não têm, nem tiveram, offshores que constem da listagem da Mossack Fonseca como a notícia poderá levar a concluir." e do Expresso: "A notícia está totalmente correcta mas o seu tratamento semelhante a outras notícias diferentes, em que empresários identificados detinham mesmo offshores, poderá induzir em erro e conduzir a uma interpretação incorrecta."]