25 outubro 2019

CqpNSNS (2019.10.25)

* Marcelo Rebelo de Sousa recebe no palácio presidencial os “influencers” nacionais e a Federal Trade Commission norte-americana investiga os seus por danos ao consumidor, ao interesse público e enriquecimento ilícito.

* Eurico Castro Alves foi o secretário de Estado da Saúde e presidente do Infarmed que permitiu a plantação de canábis medicinal. Agora é director da Symtomax, empresa autorizada a plantar canábis em Portugal.

* Banca pressionou governo na privatização da EDP.

* A visão dos bombeiros privados sobre os incêndios em Portugal.

* A Zona Franca da Madeira gastou 3,3 milhões de euros em lobby na CE.

* Tudo o que sempre quis saber sobre procedimentos de infracção da CE contra Portugal? InfringEye: 61 casos, 13 são no ambiente.

* Se 10 computadores (ou nove) de Rui Pinto não conseguem ser acedidos pelas autoridades, se a PJ precisa de milhares de anos para os desencriptar, se a Google afirma ter conseguido a “supremacia quântica” – a IBM discorda… – que permite obter em três minutos aquilo que poderia demorar 10 mil anos, porque não pede a PJ ajuda à Google?

* O relatório anual da CE sobre o Escudo de Proteção da Privacidade UE-EUA confirma “um nível adequado de proteção dos dados pessoais transferidos” mas o grupo de protecção de dados Access Now critica-o e pede a sua suspensão. Estes pactos internacionais de partilha de dados devem aumentar, como é exemplo a Convenção de Segurança Social entre Portugal (“o segundo país onde os direitos pessoais são mais protegidos“) e a China, analisada pela CNPD.

* Porque paga o Facebook a alguns media e a outros não?

* 26 dos 30 sites de notícias em França cederam à Google na questão dos resumos – como se esperava.

* O New York Times acabou com o cargo de segurança da informação, quando os jornalistas em todo o mundo estão a apostar na tecnologia para os ajudar a lutar contra a desinformação ou ataques a repórteres. E os media foram uma das indústrias com maior crescimento de trabalhadores das tecnologias.

* As empresas estão a “enfrentar o desafio da transição digital” com a “analítica de datos y la inteligencia artificial [para] localizar la mejor zona para abrir oficina, encontrar socios y reducir el riesgo de inversión“, enquanto os bancos nacionais “vão analisar comportamentos de risco nas redes sociais antes de darem créditos“.

* Quem vai controlar os conteúdos na cablagem da Internet?

* Uma oração por quem comprou o eRosário – tem problemas de segurança.

* O Congresso dos EUA não quer os condutores a beber. Não é por eles mas porque a morte de peões atingiu um novo máximo desde 1990.

* Cidades compactas mais sustentáveis, cidades mais drogadas.

* Os efeitos especiais de Exterminador 2.

* Dos vigiados hippies soviéticos à São Francisco dos anos 1980s (“Hardcore Punks and Hair Metal“) e à década de 1890s, onde as ciclistas “fizeram mais pela emancipação da mulher do que qualquer outra coisa no mundo“…

* Cubo de Rubik não devia ter sido registado como marca… há 20 anos

* Meio século de Unix e os 60 anos do Cobol são para repetir.

Bónus: O capitalismo está a viciar-nos e “o seu poder parece inescapável” como “o direito divino dos reis”. Isto quando a saúde financeira dos 1% dos mais ricos caiu nos anos pré-crise mas aumentou desde então, com os 10% mais ricos a acumularem 82% da riqueza e 50% a terem menos de 1%. E, pela primeira vez, há mais ricos chineses do que norte-americanos embora pelo menos um milhão seja excluído (“A Million People Are Jailed at China’s Gulags. I Managed to Escape. Here’s What Really Goes on Inside“).

São razões suficientes para parar de culpar os pobres pela sua pobreza até porque o “modelo egoísta da humanidade” defendido por economistas é uma “ideologia” que “não procura a verdade“.

A “necessidade de controlo” surge do mito de que os pobres são preguiçosos e pouco fiáveis, enquanto os ricos têm o “direito de disciplinar, controlar e punir os pobres”.

Nas ruas, os protestos extremistas tentam mudar esse mundo mas, apesar de numerosos, as manifestações não-violentas são mais eficazes: basta 3,5% da população protestar para se poder antecipar uma mudança política séria.

O que se vê é o contrário, em termos online ou físicos. A Internet é um exemplo de “vigilância e controlo” ou de repressão e o mundo está cheio de “omniviolência” para a qual não está preparado.

Quando os Estados não asseguram o seu papel regulador, emerge “a guerra de todos contra todos”, à qual o governos respondem autoritariamente com sistemas invasivos de vigilância (o “High-tech Panopticon”).

Onde estamos? A caminho dessa distopia com as manifestações tradicionais de uma guerra civil, eventos pré-“High-tech Panopticon”, na África do Sul, Azerbeijão, Bolívia, aqui perto na região da Catalunha, também no Chile, Egipto, Haiti, Hong Kong, Líbano ou Londres.

Poderá tudo isto mudar, em sentido mais positivo? A opinião do escritor Amin Maalouf: “La gente tiene el sentimiento de que han sido robados, expoliados, de que hay una clase política incompetente y corrupta que les utiliza. Y tienen razón. La cuestión es saber en qué va a desembocar. No lo sé. Espero que produzca dirigentes que vengan de todas las comunidades, con una visión diferente. Siempre es más difícil para un movimiento espontáneo producir un liderazgo que expresar la cólera”.