17 junho 2004

VITAMEDIAS

Sobre a Reforma da Comunicação Social e Local (Rádios, revistas e jornais), já se lhe referiram o Ponto Media e, em mais detalhe, o Jornalismo e Comunicação, que questiona se "o mesmo pacote não será o caminho para preparar o terreno para que os grandes grupos encontrem neste subsector um terreno favorável à sua expansão e à sua lógica".
Nesse sentido, a quantidade de reuniões demonstra o poder dos parceiros na criação desta "reforma"? (Lista ordenada por número de reuniões:)
Rádio Renascença - 20 reuniões
Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) - 19
Associação Portuguesa de Imprensa (AIND) - 18
Lusocanal/Luís Montez - 8
Associação de Imprensa de Inspiração Cristã - 6
União Portuguesa da Imprensa Regional - 6
Associação de Imprensa Diária - 5
Lusomundo SGPS - 5
Media Capital - 5
Associação de Rádios de Inspiração Cristã - 4
Vox ? Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa - 4
Associação de Imprensa Regional do Algarve - 3
Associação de Imprensa Regional - 3
Associação dos Órgãos de Comunicação Social do Algarve - 3
Associação de Imprensa Regional do Alentejo - 2
Sojornal/Impresa - 2
Nos jornais, intitulou-se "Governo Promove Lógica Empresarial e Reduz Apoios para Meios Locais", "Nova lei da rádio «abre-se» à concentração de meios locais" ou "SJ acusa Governo de não ter sido ouvido na reforma dos media regionais" (o que não se percebe, porque o SJ é citado no texto governamental como tendo dito: "Os cinco objectivos apontados no Programa de Emprego para a Comunicação Social Regional e local são de aplaudir"...)
Enfim, duas questões que não vi discutidas:
- Porquê comparar o número de jornais e rádios locais nacionais com um único exemplo estrangeiro? As boas práticas recomendavam a equiparação com vários países.
- Se "O principal obstáculo ao crescimento de públicos de imprensa regional são os fracos índices de leitura do nosso País", como é que estas medidas mais "empresariais" vão resolver o problema?
Finalmente, parece que há mais questões: Arons de Carvalho comentou a notícia do Diário Económico (e dos outros jornais, já agora) lamentando "que o DE não tenha informado os leitores sobre aquilo que o PSD prometeu antes das eleições - porte pago outra vez a 100% - e quando o Governo anterior introduziu a agora reclamada visão empresarial para o sector. O diploma dos apoios tem outros aspectos graves, como o de conferir ao Governo a possibilidade de escolher quem merece os apoios, o que poderá levar a novas formas de censura!"
[act. a 18.06: AACS e SJ Queixam-se Não Terem Sido Ouvidos Sobre Reforma dos Meios Locais
Governo exclui sindicatos da reforma dos média regionais
Governo garante ter ouvido Sindicato dos Jornalistas]