27 julho 2004

ECOPOL

Populismo: guia prático: O nosso tempo histórico não é outra coisa senão populista. O poder ainda pertence às elites mas os gostos culturais, que determinam o que tem e o que não tem relevância, estão na posse do povo. O povo é quem mais ordena porque é ele que compra, paga e consome. Portugal é, além disso, o sítio perfeito para qualquer candidato. A população não é muito educada, os portugueses são chorosos, as elites, interesseiras, vivem a sua vida. O caminho está portanto livre.
A República Brasileira: Populismo: Entre 1946 e 1964, o Brasil conheceu o apogeu do populismo [...]
Esse estilo de governo apresentava como características fundamentais:
* A intenção de incorporar, à vida política, as massas urbanas, que passaram então a se constituir na maioria da população brasileira. Ao contrário do ocorrido na República Velha, quando a maioria do eleitorado encontrava-se na área rural, a crescente urbanização e migração campo-cidade fez com que também o poder político se concentrasse no eleitorado urbano.
* A personificação do poder em lideranças carismáticas, homens com grande apelo pessoal, os quais buscavam estabelecer vínculos diretos entre governante e governados. Nesse sentido é que Getúlio Vargas, em seu segundo mandato, alimenta a imagem de ?Pai dos pobres?, por exemplo, trazendo para si a responsabilidade de ?doar? aos mais humildes alguns benefícios.
* A manipulação dessas massas urbanas, por meio do carisma pessoal dos governantes ou através dos meios de comunicação de massa, como o rádio e, posteriormente, a televisão
* Um Estado autoritário, dependente da vontade pessoal de seus governantes, sob uma aparente democracia, expressa em eleições regulares e na manipulação das medidas governamentais, sempre apresentadas em nome da defesa dos mais pobres.