17 fevereiro 2007

TECNOSFERA


Morreu Robert Adler, um dos inventores do controle remoto.
A propósito, disponibilizo aqui um texto escrito para a revista Vídeo & DVD nº 27 (Dezembro de 2005):
Controlo remoto comemora 50 anos
A ideia original de ter um aparelho a comandar à distância um televisor deve-se a um homem que vendia televisores mas não acreditava no triunfo da televisão comercial.
Eugene McDonald Jr., fundador e presidente da Zenith Electronics (então Zenith Radio), considerava que os espectadores não iam apreciar a publicidade e um controlo remoto podia, pelo menos, tirar o som aos “irritantes anúncios”.
O conceito de controlo remoto foi patenteado em 1898 por Nikola Tesla. Os primeiros tiveram aplicações militares, nomeadamente na II Guerra Mundial em aviões, barcos e bombas. Terminado o conflito, aproveitou-se a tecnologia para fins mais pacíficos (abrir portas de garagens, por exemplo).
Em 1952, a Zenith desenvolveu o conhecido por “Lazy Bones” (“ossos preguiçosos”), um controlo ligado ao televisor por um fio. Apesar das pessoas gostarem do conceito, ele não pegou porque tropeçavam no cabo.
Três anos depois, surge o primeiro controlo remoto sem fios, o “FlashMatic”, desenvolvido por Eugene Polley. Funcionava direccionando a sua luz a cada um dos quatro cantos do televisor, onde se encontravam fotocélulas que activavam funções pré-definidas (aumentar ou baixar o som e mudar canais). O sucesso foi relativo porque as pessoas baralhavam-se com as definições e irritavam-se com as interferências provocadas pela luz solar.
Em 1957 (ano em que o Sputnik foi lançado para o espaço) surgiu o “Space Command”, com tecnologia de ultra-sons. Também aqui havia problemas, desta vez com os sons metálicos. O elevado preço não ajudava mas acabou por ser licenciado ou copiado por outros fabricantes. No total, foram vendidos mais de nove milhões de aparelhos e para isto contribuiu a desregulação das comunicações por satélite nos anos 70, abrindo caminho ao aparecimento de inúmeros canais por cabo. Antes, como se exagerava, “só os incapacitados necessitavam de um comando”.
No início dos anos 80 a tecnologia por infra-vermelhos eliminou a maioria dos problemas e generalizou o comando remoto nos televisores e em inúmeros aparelhos da electrónica de consumo.
Actualmente, é um produto universal. Em 2000, a Consumer Electronics Association estimava que um lar norte-americano tinha, em média, quatro destes equipamentos.
É usado tanto por homens como por mulheres da mesma forma e sem grandes disparidades no que toca a classes, etnias ou grupos raciais, revelam estudos sociológicos. Mudou a forma como vemos televisão mas também alterou a programação televisiva, tornando-a mais rápida, apostando em inícios de programas cativantes ou na interligação imediata entre o fim de um programa e o início do seguinte.