Culturas, economia e política, tecnologia e impactos sociais, media, contaminantes sociais, coisas estranhas... Cultures, economy and politics, technology and social impacts, media, social contamination, weird stuff...
14 abril 2014
Prémios Pulitzer (e qualidades)
2014 Pulitzer Prize Winners mas curioso é o "FEATURE WRITING - No award" - e destinava-se "For a distinguished example of feature writing, giving prime consideration to quality of writing, originality and concision, using any available journalistic tool"
13 abril 2014
Tantas saudades do Decreto-lei 217/74 (é o do salário mínimo...)
Decreto-Lei n.º 217/74 de 27 de Maio:
4. Não podendo ocorrer imediatamente a todas as necessidades justas, o Governo adoptou um esquema de intervenções coordenadas, mas escalonadas no tempo.
Assim, decreta-se imediatamente um conjunto de benefícios sociais especialmente dirigido a melhorar a situação das classes que se encontram em pior situação. O País compreenderá que não podia hesitar-se quanto a este ponto - mesmo que isso signifique sacrifícios temporários para outros grupos sociais.
A decisão de garantir remuneração mensal não inferior a 3 300$00 aos trabalhadores por conta de outrem beneficiará cerca de 50% da população activa; no sector público, serão mais de 68% dos funcionários abrangidos por esta medida; e as excepções que se apontam na lei terão carácter temporário, prevendo-se para breve a tomada de decisões nesse campo.
5. Ao mesmo tempo que se define um valor abaixo do qual não poderão situar-se as remunerações, procurou atender-se às diferenças existentes quanto a encargos familiares.
Assim, o abono de família por cada filho a cargo é aumentado para 240$00. E também se olhou à situação dos reformados e beneficiários de pensões de invalidez, adoptando-se um critério proposto pela Organização Internacional do Trabalho, segundo o qual o nível mínimo dessas pensões deve atingir 50% do nível das menores remunerações; isto é, passa-se de cerca de 800$00 para 1 650$00 para os sectores de indústria e serviços.
É ainda instituída uma pensão social abrangendo as pessoas que não estando incluídas nos regimes de previdência se encontram neste momento inscritas nas instituições de assistência. Pretende-se, deste modo, dar os primeiros passos no sentido da substituição progressiva dos sistemas de previdência e assistência por um sistema integrado de segurança social.
6. A elevação dos vencimentos dos funcionários públicos administrativos e equiparados das categorias de menor remuneração até ao nível de 3 300$00 não pode interpretar-se como a revisão de ordenados que há muito se impunha e que o Governo preparará no prazo de um mês. Compreender-se-á que em matéria tão difícil, que obriga a pesar cuidadosamente os encargos financeiros e a buscar-lhes a cobertura adequada, bem como a ponderar em que termos deverão fixar-se diferenciações de vencimentos por categorias hierárquicas, seja necessário aguardar um pouco mais.
7. No sector privado considerou-se inviável de momento o acréscimo de vencimentos já superiores a 7 500$00, quantia que ultrapassa apreciavelmente a média dos salários auferidos pelos trabalhadores.
Entre os valores de 3 300$00 e 7 500$00 mantém-se a possibilidade de continuar o diálogo e a negociação para se encontrarem soluções justas e equilibradas, mas o Governo reserva-se o poder de intervir quando entenda que se corre o risco de comprometer o equilíbrio económico ou a justiça social.
Como era em 1974? "Portugal era, antes do 25 de Abril, um país onde os trabalhadores em particular viviam muito mal. Durante alguns largos anos aquela proporção inverteu-se. Mas hoje estamos de novo numa situação em que 60 e tal por cento do rendimento vai para o capital e uns 40 por cento para os trabalhadores". Daí, “A criação do salário mínimo em 1974 foi um impulso para a economia”:
De onde viria a riqueza?
A riqueza vem sempre do trabalho. Não há riqueza nenhuma que não resulte do trabalho directo e remunerado, embora parcamente mas remunerado, ou da iniciativa empresarial, que é ainda trabalho, ou do trabalho que foi confiscado aos trabalhadores noutra época e noutro sítio. E, finalmente, toda a produção se faz com trabalho. Se usamos máquinas que facilitam muito a produção e ajudam a melhorar muito a produtividade elas também têm trabalho por detrás.
Em relação ainda ao decreto-lei nº 217, ele não se limitava a instituir o salário mínimo nacional.
Não. Provisoriamente – e essa provisoriedade manteve-se durante muitos anos - foram congeladas as rendas de casas. Na situação que se vivia era importante. E foram congelados os salários acima de um determinado nível.
Pontos de vistas contrários? "Saudades do Decreto-lei n.º 217/74" e neste: "Do "custo máximo de um salário mínimo" http://ow.ly/vHRR2 ao "aumento do salário mínimo dá “sinal de confiança”" http://ow.ly/vHRTT". Ou "o salário mínimo em 1984 era, em valor real, de 346 euros e, em 1975, com Vasco Gonçalves, de 577 euros."
Ah, e se é verdade "Portugal ter conhecido logo a seguir, em 1975, a maior recessão (-5,1%) dos últimos 50 anos (pelo menos)", convém recordar que "Em 2012 Portugal teve a maior recessão desde 1975"...
(imagem daqui)
4. Não podendo ocorrer imediatamente a todas as necessidades justas, o Governo adoptou um esquema de intervenções coordenadas, mas escalonadas no tempo.
Assim, decreta-se imediatamente um conjunto de benefícios sociais especialmente dirigido a melhorar a situação das classes que se encontram em pior situação. O País compreenderá que não podia hesitar-se quanto a este ponto - mesmo que isso signifique sacrifícios temporários para outros grupos sociais.
A decisão de garantir remuneração mensal não inferior a 3 300$00 aos trabalhadores por conta de outrem beneficiará cerca de 50% da população activa; no sector público, serão mais de 68% dos funcionários abrangidos por esta medida; e as excepções que se apontam na lei terão carácter temporário, prevendo-se para breve a tomada de decisões nesse campo.
5. Ao mesmo tempo que se define um valor abaixo do qual não poderão situar-se as remunerações, procurou atender-se às diferenças existentes quanto a encargos familiares.
Assim, o abono de família por cada filho a cargo é aumentado para 240$00. E também se olhou à situação dos reformados e beneficiários de pensões de invalidez, adoptando-se um critério proposto pela Organização Internacional do Trabalho, segundo o qual o nível mínimo dessas pensões deve atingir 50% do nível das menores remunerações; isto é, passa-se de cerca de 800$00 para 1 650$00 para os sectores de indústria e serviços.
É ainda instituída uma pensão social abrangendo as pessoas que não estando incluídas nos regimes de previdência se encontram neste momento inscritas nas instituições de assistência. Pretende-se, deste modo, dar os primeiros passos no sentido da substituição progressiva dos sistemas de previdência e assistência por um sistema integrado de segurança social.
6. A elevação dos vencimentos dos funcionários públicos administrativos e equiparados das categorias de menor remuneração até ao nível de 3 300$00 não pode interpretar-se como a revisão de ordenados que há muito se impunha e que o Governo preparará no prazo de um mês. Compreender-se-á que em matéria tão difícil, que obriga a pesar cuidadosamente os encargos financeiros e a buscar-lhes a cobertura adequada, bem como a ponderar em que termos deverão fixar-se diferenciações de vencimentos por categorias hierárquicas, seja necessário aguardar um pouco mais.
7. No sector privado considerou-se inviável de momento o acréscimo de vencimentos já superiores a 7 500$00, quantia que ultrapassa apreciavelmente a média dos salários auferidos pelos trabalhadores.
Entre os valores de 3 300$00 e 7 500$00 mantém-se a possibilidade de continuar o diálogo e a negociação para se encontrarem soluções justas e equilibradas, mas o Governo reserva-se o poder de intervir quando entenda que se corre o risco de comprometer o equilíbrio económico ou a justiça social.
Como era em 1974? "Portugal era, antes do 25 de Abril, um país onde os trabalhadores em particular viviam muito mal. Durante alguns largos anos aquela proporção inverteu-se. Mas hoje estamos de novo numa situação em que 60 e tal por cento do rendimento vai para o capital e uns 40 por cento para os trabalhadores". Daí, “A criação do salário mínimo em 1974 foi um impulso para a economia”:
De onde viria a riqueza?
A riqueza vem sempre do trabalho. Não há riqueza nenhuma que não resulte do trabalho directo e remunerado, embora parcamente mas remunerado, ou da iniciativa empresarial, que é ainda trabalho, ou do trabalho que foi confiscado aos trabalhadores noutra época e noutro sítio. E, finalmente, toda a produção se faz com trabalho. Se usamos máquinas que facilitam muito a produção e ajudam a melhorar muito a produtividade elas também têm trabalho por detrás.
Em relação ainda ao decreto-lei nº 217, ele não se limitava a instituir o salário mínimo nacional.
Não. Provisoriamente – e essa provisoriedade manteve-se durante muitos anos - foram congeladas as rendas de casas. Na situação que se vivia era importante. E foram congelados os salários acima de um determinado nível.
Pontos de vistas contrários? "Saudades do Decreto-lei n.º 217/74" e neste: "Do "custo máximo de um salário mínimo" http://ow.ly/vHRR2 ao "aumento do salário mínimo dá “sinal de confiança”" http://ow.ly/vHRTT". Ou "o salário mínimo em 1984 era, em valor real, de 346 euros e, em 1975, com Vasco Gonçalves, de 577 euros."
Ah, e se é verdade "Portugal ter conhecido logo a seguir, em 1975, a maior recessão (-5,1%) dos últimos 50 anos (pelo menos)", convém recordar que "Em 2012 Portugal teve a maior recessão desde 1975"...
(imagem daqui)
12 abril 2014
Sim, o inimaginável está aí.
As escolas portuguesas são, cada dia que passa, monumentais espaços de domesticação. Domesticação dos alunos, dos professores e dos seus outros corpos profissionais, por via de uma rarefação cada vez mais perigosa da liberdade pedagógica, da autonomia organizacional e da privacidade pessoal, através, por exemplo, de sistemas de videovigilância que as escolas não controlam, nem sabem quem controla, de sistemas de monitorização eletrónica e, até, policial, de mecanismos coercitivos de medição, ao minuto, do tempo de trabalho dos professores. Os alunos, em particular, são cada vez mais excluídos de qualquer participação cívica no contexto das suas escolas, remetidos à posição de objetos de configuração externa. Não é de estranhar, então, que a indisciplina esteja a aumentar exponencialmente e os mais jovens a rejeitar qualquer ideia de ética ou compromisso cívico com a sua escola ou com o seu país. A sujeição é sempre o principal gatilho da violência e da alienação.
Consequentemente, a escola pública portuguesa é também uma máquina monumental de exclusão. Dos mais pobres, primeiro, incapazes de fazer valer os seus interesses particulares, nomeadamente de acesso às novas tecnologias e às novas redes comunicacionais, agora excluídas do serviço público; em segundo lugar de todos aqueles que procuravam, e achavam que poderiam esperar, na escola um espaço de liberdade, vinculação e aprendizagem do mundo nas suas complexidades e, em terceiro lugar e surpreendentemente, a escola está a transformar-se em espaço de exclusão dos próprios professores, cada dia que passa remetidos a e transformados em meros tecnólogos, em operários desqualificados de um mando central em que cada aluno é uma coisa e cada professor uma ferramenta. Sim, o inimaginável está aí.
De "A Internet e a liberdade nas escolas portuguesas": A escola pública portuguesa é também uma máquina monumental de exclusão.
Consequentemente, a escola pública portuguesa é também uma máquina monumental de exclusão. Dos mais pobres, primeiro, incapazes de fazer valer os seus interesses particulares, nomeadamente de acesso às novas tecnologias e às novas redes comunicacionais, agora excluídas do serviço público; em segundo lugar de todos aqueles que procuravam, e achavam que poderiam esperar, na escola um espaço de liberdade, vinculação e aprendizagem do mundo nas suas complexidades e, em terceiro lugar e surpreendentemente, a escola está a transformar-se em espaço de exclusão dos próprios professores, cada dia que passa remetidos a e transformados em meros tecnólogos, em operários desqualificados de um mando central em que cada aluno é uma coisa e cada professor uma ferramenta. Sim, o inimaginável está aí.
De "A Internet e a liberdade nas escolas portuguesas": A escola pública portuguesa é também uma máquina monumental de exclusão.
10 abril 2014
Coisas da gripe
Em 2009, em Portugal: Especialistas alertam para perigo de Tamiflu: Director-geral de Saúde, Francisco George, garantiu que o medicamento tem demonstrado eficácia e que, actualmente, apenas dez doentes em todo o mundo apresentaram resistência a este fármaco, escolhido por Portugal para a reserva estratégica de medicamentos contra uma pandemia de gripe.
Hoje:Tamiflu & Relenza: how effective are they? Tamiflu (the antiviral drug oseltamivir) shortens symptoms of influenza by half a day, but there is no good evidence to support claims that it reduces admissions to hospital or complications of influenza.
A ler: Scientists say UK wasted £560m on flu drugs that are not proven - Britain stockpiled drugs for predicted bird flu in 2005 and swine flu in 2009 that independent scientists say are no cure
Londres gastó millones en el antigripal Tamiflu sin pruebas de su eficacia: España también acumuló millones de antivirales. Su utilidad, dudosa según un estudio apoyado por el 'British Medical Journal'
Hoje:Tamiflu & Relenza: how effective are they? Tamiflu (the antiviral drug oseltamivir) shortens symptoms of influenza by half a day, but there is no good evidence to support claims that it reduces admissions to hospital or complications of influenza.
A ler: Scientists say UK wasted £560m on flu drugs that are not proven - Britain stockpiled drugs for predicted bird flu in 2005 and swine flu in 2009 that independent scientists say are no cure
Londres gastó millones en el antigripal Tamiflu sin pruebas de su eficacia: España también acumuló millones de antivirales. Su utilidad, dudosa según un estudio apoyado por el 'British Medical Journal'
09 abril 2014
Da liberdade de opinião, expressão e pensamento na actual Renascença
Já o disse, adulterando a frase original: É verdade, eu concordo ligeiramente com a Raquel Abecasis: É verdade: concordo, por muito que isso revolte os “nouvelle” lápis azul [da Rádio Renascença], que, aliás, pouco mais devem fazer do que andar a perscrutar quem ousa pensar diferente deles para imediatamente lhes aplicar o castigo correspondente: crucificá-los na ["rádio"] e reduzir a cinzas o trabalho desses rebeldes anti-pensamento único.
Já o disse mas reforço, com citações de um texto que caiu a propósito nestes pensamentos, "The Culture of Shut Up - Too many debates about important issues degenerate into manufactured and misplaced outrage—and it's chilling free speech":
- those gatekeepers suck. They’re arrogant and easily swayed by big, nice-sounding dangerous ideas; they’re ambitious and careerist and forgetful and unimaginative and shortsighted; they’re subject to groupthink, beholden to corporate interests, and enamored of fame and power.
- We need to learn to live with the noise and tolerate the noise even when the noise is stupid, even when the noise is offensive, even when the noise is at times dangerous. Because no matter how noble the intent, it’s a demand for conformity that encourages people on all sides of a debate to police each other instead of argue and convince each other. And, ultimately, the cycle of attack and apology, of disagreement and boycott, will leave us with fewer and fewer people talking more and more about less and less.
- The right to free speech may begin and end with the First Amendment, but there is a vast middle where our freedom of speech is protected by us—by our capacity to listen and accept that people disagree, often strongly, that there are fools, some of them columnists and elected officials and, yes, even reality-show patriarchs, that there are people who believe stupid, irrational, hateful things about other people and it’s okay to let those words in our ears sometimes without rolling out the guillotines.
- The bottom line is, you don’t beat an idea by beating a person. You beat an idea by beating an idea.
Mas, obviamente:
Já o disse mas reforço, com citações de um texto que caiu a propósito nestes pensamentos, "The Culture of Shut Up - Too many debates about important issues degenerate into manufactured and misplaced outrage—and it's chilling free speech":
- those gatekeepers suck. They’re arrogant and easily swayed by big, nice-sounding dangerous ideas; they’re ambitious and careerist and forgetful and unimaginative and shortsighted; they’re subject to groupthink, beholden to corporate interests, and enamored of fame and power.
- We need to learn to live with the noise and tolerate the noise even when the noise is stupid, even when the noise is offensive, even when the noise is at times dangerous. Because no matter how noble the intent, it’s a demand for conformity that encourages people on all sides of a debate to police each other instead of argue and convince each other. And, ultimately, the cycle of attack and apology, of disagreement and boycott, will leave us with fewer and fewer people talking more and more about less and less.
- The right to free speech may begin and end with the First Amendment, but there is a vast middle where our freedom of speech is protected by us—by our capacity to listen and accept that people disagree, often strongly, that there are fools, some of them columnists and elected officials and, yes, even reality-show patriarchs, that there are people who believe stupid, irrational, hateful things about other people and it’s okay to let those words in our ears sometimes without rolling out the guillotines.
- The bottom line is, you don’t beat an idea by beating a person. You beat an idea by beating an idea.
Mas, obviamente:
06 abril 2014
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